De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Fortaleza-PMF, a capital Cearense tem mais de 2,4 milhões de habitantes, sendo a quinta capital mais populosa do Brasil. Fortaleza é um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, tendo no turismo de sol e praia um dos seus principais expoentes. A história mostra que nem sempre foi assim. Ao longo do século XVI, o Ceará esteve praticamente esquecido pelos colonizadores, sendo considerado apenas um lugar de passagem. A província do Ceará, criada em 1536, teve uma série de tentativas de ocupação, antes e depois do domínio holandês – que durou de 1631 a 1654 – mas somente após a Guerra dos Bárbaros temos uma mudança na forma da ocupação colonial portuguesa, tornando-se significativa na província do Ceará.

 

O território da futura cidade de Fortaleza foi ocupada, ao longo do século XVII, por motivação miltar, pois servia de entreposto comercial com as capitanias localizadas mais a norte. Em 1612, Martins Soares Moreno ergueu o Forte de São Sebastião na Barra do Ceará, efetivando a presença portuguesa no Ceará.

 

Na primeira metade do século XVII, a presença holandesa na costa cearense foi efetivada com a construção do Forte de Schonenborch. A estrutura daria suporte ao entreposto comercial holandês, que tinha na produção do sal e exploração da madeira e da argila sua base primária. Porém, em 1654, Álvaro de Azevedo Barreto recuperou a Capitania para Coroa de Portugal, rebatizando o forte holandês de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.

 

A toponímia da cidade deriva de uma alusão à Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. No dia 13 de fevereiro de 1699, é criada por carta régia, a Vila do Ceará. Em 13 de abril de 1726, Fortaleza é elevada a categoria de vila. Foi apenas com o desmembramento da Capitania, em 1799, que o Ceará se tornou independente da Capitania de Pernambuco e Fortaleza  foi escolhida como capital.

 

Durante o século XIX, devido ao algodão, Fortaleza teve condições, pela primeira vez, para se impor às demais vilas cearenses como verdadeiro centro político, econômico e social da Capitania. O porto oceânico foi fundamental no crescimento econômico da cidade de Fortaleza. Oalgodão engendrou necessariamente o desenvolvimento de uma incipiente indústria artesanal têxtil. A partir de 1900, o porto de Fortaleza, ainda que precário, atingiu seu apogeu no que tange ao fluxo de exportação do algodão e de outros produtos. A cidade estava em constante crescimento e as fábricas em expansão na região central da cidade. Na primeira metade do século XX, Fortaleza se modernizou e deixou de ser, apenas, uma economia primário-exportadora para se transformar em um importante centro comercial e industrial de produtos voltados ao ramo de fiação e tecelagem.

 

A construção do porto de Fortaleza na Ponta do Mucuripe trouxe uma forte retomada no expansionismo urbano da cidade. Em 1953, o Porto do Mucuripe recebeu oficialmente o primeiro navio, era o Vapor Bahia, dando início as operações portuárias naquela região da cidade. Na segunda metade do século XX, a cidade cresceu desordenadamente, especialmente, em direção do litoral, tendo como marco a construção da Avenida Beira Mar, em 1963. Ao passo que a cidade crescia, os problemas ambientais tomavam-se cada vez mais eveidentes, sejam eles ligados a impermeabilização dos corpos dunares, a canalização dos rios e riachos e a erosão costeira que assolava o litoral entre a Praia de Iracema e a Barra do Ceará.

 

Entre as décadas de 1980 e 1990, a cidade passou por intensas transformações urbanas. A verticalização passou a ser uma tendência adotada para minimizar a falta  de espaços e maximizar a quantidade de unidades multifamiliares. Na primeira década do século XXI, a tendência de crescimento vertical da cidade contínua em pleno desenvolvimento. O turismo de sol e praia passa a ser protagonista de importância e relevância para o desenvolvimento econômico da cidade. Hoje, Fortaleza é uma cidade que evoluiu de uma área portuária para uma cidade com aeroporto, em que o principal porto fica fora da cidade, enquanto que o porto citadino é condicionado para receber o turismo de cruzeiros.